quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Classes; muitas, poucas ou nenhuma?


Classes. Cada uma representa um conjunto de habilidades e poderes de um personagem, e contribuem muito para defini-lo mas por outro lado podem limitar a interpretação e adicionam mais mecânica ao jogo. Então o que é melhor? Muitas, poucas ou nenhuma classe?

Muitas classes. A partir da 3ª edição do Dungeons & Dragons se viu a multiplicação das classes, no livro básico da terceira edição, haviam 11 classes básicas, na quarta edição já passam de 20 classes básicas nos três livros do jogador, isso sem contar as classes de prestígio, passagens exemplares e destinos épicos. Isso é muita coisa. Por um lado temos inúmeras opções para os personagens, o próprio sistema dá aos jogadores e ao mestre várias e várias idéias para o personagem. Mas ao mesmo tempo temos uma carga gigante de magias, poderes e habilidades de classe, afinal se você tem um monte de classes vai querer que todas sejam diferentes umas das outra bolas! Resultado, livros maiores e mais caros, adições enormes na mecânica e o que eu mais detesto, uma coisinha que eu gosto de chamar de "restrição de roleplay". Por você ter várias classes muito especificas muitos jogadores acabam se restringindo sem perceber ao estereótipo da classe. Por exemplo, o bárbaro brutamontes e burro, o paladino completamente alienado e por aí vai.


Sem classes. Sistemas baseados em pontos como GURPS e 3d&t geralmente não tem classes, o que tem bastante lógica, afinal de contas de que adianta você ter a classe mago se você for colocar todos os seus pontos em força, agilidade e kung fu? Em alguns casos até existem arquétipos e/ou kits de personagem que fazem as vezes de classes, mas nada tão rígido, tanto é que isso costuma ser totalmente opcional. Isso é bom porque você tem muita liberdade par construir o personagem dando a ele tudo o que precisar. Mas por outro lado muita gente (principalmente iniciantes) pode ficar perdida com a quantidade de opções que tem a disposição e fazer uma coisa totalmente disfuncional, um personagem horrível de jogar e interpretar. Ou o contrário, um jogador que tenha dominio das regras pode fazer um combo absurdo de regras que muitas vezes o mestre só vai perceber na mesa quando já estão jogando e aquilo desequilibra tudo. O ciborgue pirata ninja jesus que o diga. Ou o cara em 3d&t que usa a magia desejo gastando 5 pontos de magia permanentes e pedindo a vantagm pontos de magia extras que concede mais 10 PM ao personagem e no fim das contas ele ganha 5 PM de graça.

Poucas classes. A minha abordagem preferida. Ter poucas classes que são mais genéricas e que podem facilmente ser adaptadas para o que se deseja. Temos exemplos disse em jogos como d20 modern e primeira aventura. Nesse caso temos um problema que algumas pessoas tem dificuldade em "se achar" com classes genéricas, mas nada que uma ajudinha do mestre não resolva. Em d20 modern por exemplo você tem 6 classes, cada uma baseada em um atributo, então se você pegar um herói ágil por exemplo é possível transformá-lo em um ladrão, pistoleiro acrobata ou qualquer outro tipo de personagem cuja principal arma é sua agilidade/coordenação.

Mas depois disso tudo vale lembrar meus caros manolos que a classe só dá uma direção, ela não define o personagem, a interpretação sim. Por exemplo, quer jogar com um samurai mas não existe essa classe ou você não tem acesso ao livro? Simples, escolha a classe guerreiro, pegue uma boa armadura pesada, uma espada de duas mãos e pronto! Temos um samurai com sua tradicional armadura yoroi e uma katana, e o mais importante, ele vai ser um samurai porque você vai interpretar assim.

2 comentários:

  1. Outra boa alternativa para facilitar a distribuição de pontos em jogos sem classes é a "hierarquia de pontos", com quantidades pré-definidas a serem distribuídas em cada tipo de habilidade, como utilizado em jogos da série Storyteller ou em Shadowrun (apesar deste utilizar a carreira como uma forma mitigada de classe). Isso ajuda o jogador a decidir-se na geração do personagem ao mesmo tempo que impede que ele faça um personagem medíocre, obrigando-o a ser bom em algum aspecto.

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  2. Haha, adoro os meus leitores porque sempre aparece alguém com um ponto de vista que eu não pensei. Mas de fato o sistema de hierarquia de pontos tem lá seus méritos, mas não o mencioei porque meu conhecimento do mundo das trevas e de shadowrun é um tanto quanto limitado.

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