terça-feira, 23 de agosto de 2011

RPG e card games, não precisa ser uma disputa

Muita gente acha que esses dois combinam tanto quanto feijão com sorvete. Eu também pensava. Continuem lendo e vocês vão entender porque mudei de opinião.


Uns tempos atrás eu vivi uma crise na minha mesa de RPG. Um dia eu esqueci de levar os dados para a sessão, daí nós resolvemos jogar assim mesmo, só na base da interpretação. O povo curtiu demais e uma enorme carga de regras foi aliviada das minhas costas, jogamos por um mês dessa forma, e o pessoal dizia estar adorando. Mas então foi ai que a desgraça se abateu sobre minha cabeça, e vinha na forma de um nome de três partes: Yu-gi-oh.

Na verdade a coisa começou antes e a culpa foi minha. Alguns meses atrás meu grande amigo Lucas "Major" por um desvio do destino se viu obrigado a ir morar com sua mãe em outro estado, antes de partir ele deixou comigo o seu deck (deck é o baralho de um card game) do tal jogo, dizendo que eu treinasse porque quando a gente se encontrasse novamente nós íamos ter o maior duelo de nossas vidas (momento épico de demonstração de amizade e rivalidade camarada). Bem, eu guardei o deck com bastante cuidado, mas não toquei nele durante bastante tempo. Um dia porém o Marcos (um dos meu jogadores) perguntou pelo deck, eu mostrei para ele e jogamos uma partida (dividindo as cartas em duas pilhas de 20). Foi bem legal, apesar de ele só ter jogado o jogo em versões virtuais foi um adversário desafiador. Daí o Marcus falou para o irmão dele o Quefrem (sim o nome dele é esse mesmo), para o Jarvis e o João nos viu jogando uma partida depois e se interessou também (todos jogadores da minha mesa). Então uma bela tarde de domingo eu percebi que todos nós tinhamos desistido de jogar RPG e estávamos na sala da casa do Marcos jogando cartas de monstros.

Até eu tinha me deixado levar por isso. Certo, eu sou sempre o mestre então eu tenho um pouco aquela coisa de querer ganhar uma vez sem que os jogadores fiquem meio doidos (ok, ser mestre e brincar de deus é divertido, mas ser um jogador é uma sensação diferente). Então comecei a pensar em um meio de trazer os carinhas de volta ao RPG. O meio que eu achei foi aliar as duas coisas, card game e RPG. Veja, as cartas podem ser um recurso legal em uma mesa de RPG, e tem diversos usos. O mais óbvio é usar como recurso de apoio para ilustrar monstros, PDMs também podem se beneficiar disso e dependendo da carta até mesmo uma cena pode ser ilustrada dando um pouco mais de realismo a narrativa. É claro, nem todas as cartas servem a esse propósito e elas são limitadas assim o mestre deve ter um certo cuidado e guarda-las para os momentos mais importantes da história e tentar não "gastá-las" muito rápido.

Isso é o mais óbvio, existem outros meio pelos quais as cartas podem ajudar o seu jogo. Por exemplo como portraits para personagens jogadores, basta você pegar na internet uma carta que tenha um desenho legal e encaixe com seu personagem. Depois recorte a parte do desenho deixando o resto para lá, cole o desenho no arquivo da ficha ou em uma folha em branco mesmo e depois é só imprimir. Pronto! Você tem um portrait muito legal para seu personagem. Veja no exemplo abaixo.


Outro jeito dos cards ajudarem é com a criação de aventuras. É fato que as vezes estamos sem nenhuma idéia na cabeça e por mais que a gente tente não consegue pensar em nada, nesses caso você pode tirar 3 ou 4 cartas ao acaso, daí como você já tem uma idéia geral pode preencher os detalhes. Eu fiz uma experiência aqui com isso e o resultado foi bem legal. Na primeira vez puxei essas cartas do meu deck de yu-gi-oh.

Orc gigante
Mausoléu do imperador
Pendante Negro
Vocês conseguem ver uma aventura aí? Eu vejo. Olhem só:
"Os aventureiros são contratados pelo atual regente do reino para recuperar uma relíquia perdida na tumba de um antigo monarca do reino. Ao chegar lá eles são surpreendidos pois o lugare as áreas próximos são ocupadas por uma poderosa tribo orc. No entanto o que eles não sabem é que o perigo maior não são as criaturas, mas o colar que vieram buscar."

Viram? Com um pouco de criatividade você pode transformar essas informações desconexas em uma aventura bem legal. Querem outro exemplo? Lá vai.

monarca das chamas
catástrofe malevolente
inseto comedor de homens
"Uma praga de insetos devasta as regiões agrícolas do reino causando fome generalizada. Os aventureiros vão investigar o que está acontecendo e acham indícios que os levam até um certo mago que parece ser o responsável pela praga, mas eles acabam descobrindo que o homem é um mago de batalha que nada tem haver com o problema e que várias pistas falsas foram plantadas para desviar a atençõa deles. Quem será o verdadeiro inimigo? E o mago de batalha? Será ele aliado ou inimigo?"

Bom manolos vou me despedindo por equanto de vocês. Como vocês podem ver um card game pode ajudar e enriquecer suas sessões de RPG. Não estou dizendo que você é obrigado a gostar de card games, muito menos a comprar ou usar em suas sessões, mas se você tiver pode usar para deixar o jogo mais divertido. Sinto não falar de outros card games além do yu-gi-oh mas este é o único que eu conheço bem o suficiente para falar, desculpem fãs de Magic.

PS: talvez alguém ache estranho este post sair no lugar do "balançando os esteriótipos: rangers" mas é que eu achei que seria mais interessante colocar este aqui primeiro, mas não se aflijam meninos e meninas, Hiago promete, Hiago faz. Mesmo que demore um pouco.

PS 2: não esqueçam de comentar, nem que seja para me avacalhar por gostar de card game. XD.

3 comentários:

  1. Minha experiência com card games se resume à que tive jogando a versão eletrônica de Yu-Gi-Oh!, ainda assim, eu adorava ficar admirando minha coleção virtual em busca de inspiração. Parabéns, ótimo post.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Muito bom o blog depois pode da uma olhada no meu?

    http://nerdviciadaemcafe.blogspot.com.br/

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