Uns tempos atrás eu vivi uma crise na minha mesa de RPG. Um dia eu esqueci de levar os dados para a sessão, daí nós resolvemos jogar assim mesmo, só na base da interpretação. O povo curtiu demais e uma enorme carga de regras foi aliviada das minhas costas, jogamos por um mês dessa forma, e o pessoal dizia estar adorando. Mas então foi ai que a desgraça se abateu sobre minha cabeça, e vinha na forma de um nome de três partes: Yu-gi-oh.
Na verdade a coisa começou antes e a culpa foi minha. Alguns meses atrás meu grande amigo Lucas "Major" por um desvio do destino se viu obrigado a ir morar com sua mãe em outro estado, antes de partir ele deixou comigo o seu deck (deck é o baralho de um card game) do tal jogo, dizendo que eu treinasse porque quando a gente se encontrasse novamente nós íamos ter o maior duelo de nossas vidas (momento épico de demonstração de amizade e rivalidade camarada). Bem, eu guardei o deck com bastante cuidado, mas não toquei nele durante bastante tempo. Um dia porém o Marcos (um dos meu jogadores) perguntou pelo deck, eu mostrei para ele e jogamos uma partida (dividindo as cartas em duas pilhas de 20). Foi bem legal, apesar de ele só ter jogado o jogo em versões virtuais foi um adversário desafiador. Daí o Marcus falou para o irmão dele o Quefrem (sim o nome dele é esse mesmo), para o Jarvis e o João nos viu jogando uma partida depois e se interessou também (todos jogadores da minha mesa). Então uma bela tarde de domingo eu percebi que todos nós tinhamos desistido de jogar RPG e estávamos na sala da casa do Marcos jogando cartas de monstros.
Até eu tinha me deixado levar por isso. Certo, eu sou sempre o mestre então eu tenho um pouco aquela coisa de querer ganhar uma vez sem que os jogadores fiquem meio doidos (ok, ser mestre e brincar de deus é divertido, mas ser um jogador é uma sensação diferente). Então comecei a pensar em um meio de trazer os carinhas de volta ao RPG. O meio que eu achei foi aliar as duas coisas, card game e RPG. Veja, as cartas podem ser um recurso legal em uma mesa de RPG, e tem diversos usos. O mais óbvio é usar como recurso de apoio para ilustrar monstros, PDMs também podem se beneficiar disso e dependendo da carta até mesmo uma cena pode ser ilustrada dando um pouco mais de realismo a narrativa. É claro, nem todas as cartas servem a esse propósito e elas são limitadas assim o mestre deve ter um certo cuidado e guarda-las para os momentos mais importantes da história e tentar não "gastá-las" muito rápido.
Isso é o mais óbvio, existem outros meio pelos quais as cartas podem ajudar o seu jogo. Por exemplo como portraits para personagens jogadores, basta você pegar na internet uma carta que tenha um desenho legal e encaixe com seu personagem. Depois recorte a parte do desenho deixando o resto para lá, cole o desenho no arquivo da ficha ou em uma folha em branco mesmo e depois é só imprimir. Pronto! Você tem um portrait muito legal para seu personagem. Veja no exemplo abaixo.
Outro jeito dos cards ajudarem é com a criação de aventuras. É fato que as vezes estamos sem nenhuma idéia na cabeça e por mais que a gente tente não consegue pensar em nada, nesses caso você pode tirar 3 ou 4 cartas ao acaso, daí como você já tem uma idéia geral pode preencher os detalhes. Eu fiz uma experiência aqui com isso e o resultado foi bem legal. Na primeira vez puxei essas cartas do meu deck de yu-gi-oh.
Orc gigante |
Mausoléu do imperador |
Pendante Negro |
"Os aventureiros são contratados pelo atual regente do reino para recuperar uma relíquia perdida na tumba de um antigo monarca do reino. Ao chegar lá eles são surpreendidos pois o lugare as áreas próximos são ocupadas por uma poderosa tribo orc. No entanto o que eles não sabem é que o perigo maior não são as criaturas, mas o colar que vieram buscar."
Viram? Com um pouco de criatividade você pode transformar essas informações desconexas em uma aventura bem legal. Querem outro exemplo? Lá vai.
monarca das chamas |
catástrofe malevolente |
inseto comedor de homens |
Bom manolos vou me despedindo por equanto de vocês. Como vocês podem ver um card game pode ajudar e enriquecer suas sessões de RPG. Não estou dizendo que você é obrigado a gostar de card games, muito menos a comprar ou usar em suas sessões, mas se você tiver pode usar para deixar o jogo mais divertido. Sinto não falar de outros card games além do yu-gi-oh mas este é o único que eu conheço bem o suficiente para falar, desculpem fãs de Magic.
PS: talvez alguém ache estranho este post sair no lugar do "balançando os esteriótipos: rangers" mas é que eu achei que seria mais interessante colocar este aqui primeiro, mas não se aflijam meninos e meninas, Hiago promete, Hiago faz. Mesmo que demore um pouco.
PS 2: não esqueçam de comentar, nem que seja para me avacalhar por gostar de card game. XD.
Minha experiência com card games se resume à que tive jogando a versão eletrônica de Yu-Gi-Oh!, ainda assim, eu adorava ficar admirando minha coleção virtual em busca de inspiração. Parabéns, ótimo post.
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ResponderExcluirMuito bom o blog depois pode da uma olhada no meu?
ResponderExcluirhttp://nerdviciadaemcafe.blogspot.com.br/